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GEOMETRIA SAGRADA

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Geometria Sagrada

por Tania Orlando - taniaorlan@yahoo.com.br

Dizem que na entrada da Academia de Platão havia uma inscrição onde se lia: “Somente aqueles familiarizados com a Geometria podem ser admitidos aqui.”

Na verdade, a Geometria vem da Matemática, dos números. Temos conhecimento da Escola de Pitágoras, para quem tudo era número, que diz que o Universo se expressa através de Números. Para ele existe O Um, a Mônada, a partir da qual tudo passa a ter existência. O Dois, a dualidade na sua forma mais pura, a simples polaridade do nosso mundo. O Três é o número de Deus, da Divindade. O Quatro, o número do mundo material, da manifestação terrena, dos quatro elementos. O conhecimento era sagrado e não podia ser revelado a não-iniciados, tal o poder que eles conferiam a quem conhecesse sua linguagem. Assim, surgiram as Escolas Iniciáticas na Suméria, no Egito, na Grécia e, se vocês repararem, até na Bíblia quando se fala dos frutos proibidos da Árvore da Vida.

Podemos pensar na Geometria como a descrição gráfica do Universo. Diferente da matemática, abstrata, a geometria tem forma, comprimento, profundidade e conteúdo, muito conteúdo.

E o que faz uma Matemática Sagrada ou uma Geometria Sagrada? Certa vez encontrei uma definição maravilhosa dada por Robert Lawlor. Ele dizia que entre os conceitos dos antigos filósofos, que têm caráter sagrado, e os modernos, puramente racionais, tem uma diferença fundamental. Os antigos viam a Matemática e a Geometria como uma meditação sobre o Um Metafísico. Um esforço em contemplar e visualizar a ordem pura e simétrica que brota da Unidade. União do que é Matéria e do que é Espiritual, Divino.

O que era o Início? O que tinha no Início? Início de que? Início em qual Universo? Mas num Universo tridimensional, sob a responsabilidade daquelas leis das quais o Tempo é uma delas, houve um Início. No Início era uma Força, o Não Manifesto, sem dimensão, sem tempo, sem espaço.

Mas é necessário que esta Força se manifeste no Tudo, já que Tudo ela contém. Para que esta Força saia da ausência de dimensão e se revele, ela precisa de um Ponto de Partida. Nosso amigo ponto. Vocês já pensaram no que é um Ponto?
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Vocês já perceberam quantos significados diferentes damos para a palavra Ponto? O ponto ainda não tem dimensão, nem tempo nem espaço, mas é necessário para a manifestação. Contém a Unidade. Penso que dá para traçar uma analogia com Kether da Árvore da Vida: perfeito, auto-sustentável, eterno. O foco de um círculo cujo centro está em todo Lugar e cuja circunferência está em lugar nenhum.

Da atuação desta força, surge a Linha.
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A linha é a 1ª Dimensão, o mundo unidimensional. O comprimento. A linha pode ser infinita e conter infinitos pontos (unidade). Infinitas manifestações da unidade. Neste mundo já existe começo e fim; então, se considerarmos que a linha tem um Ponto de Partida, um Ponto Final e um intervalo entre estes dois, descobriremos que o número-chave do mundo unidimensional é o 3.

Vamos continuar imaginando que a Força está atuando em cada ponto da linha e vamos considerar um tempo igual para todos eles. Considerando um Ponto de Partida e um Ponto Final, a atuação desta força resultará em um Quadrado.

Nasce a 2ª Dimensão, mundo bidimensional. O número-chave desta dimensão é o 5, ou seja, linha de Partida, linha Final, lado direito, lado esquerdo e a superfície não revelada entre as linhas. Esta dimensão contém a anterior.

Se aplicarmos o mesmo procedimento, ou seja, a Força atuando sobre o quadrado, chegaremos ao Cubo. A 3ª Dimensão, mundo tridimensional.

O número-chave do mundo tridimensional é o Sete, seis superfícies reveladas e um conteúdo não revelado. Nosso plano Setenário. Esta dimensão contém as duas anteriores. Vejam, as dimensões maiores contém as menores. Podemos dizer que as maiores têm Consciência das menores, mas o contrário não se aplica.

Dá para dizer que a forma básica da matéria é o Cubo, cujo elemento constituinte básico é o quadrado. Vocês sabem que a vida aqui da Terra é baseada no Carbono? A estrutura cristalina do Carbono é hexagonal, seis lados.

Vamos cortar o cubo de tal forma que o pedaço cortado contenha as três dimensões.


Retiraremos o Tetraedro, uma ponta, mas fica no cubo uma face que agora é um triângulo eqüilátero. O triângulo é a representação simbólica de Deus. Seus pontos estão em harmonia, equilíbrio, não têm tensão. A distância é a mesma entre qualquer de seus pontos.

Então, dentro do Cubo está contida outra forma geométrica que obedece a leis diferentes. Dentro do Cubo, que é matéria, mundo tridimensional, está oculto o Eu Divino, a Essência Divina, o Triângulo.

Se continuarmos a “lapidar” este cubo - a matéria - chegaremos à forma geométrica da Pirâmide. Base quadrada e lados triangulares.

Observe as figuras abaixo.


Na primeira temos uma Pirâmide. Localize o centro de cada uma das faces e trace uma linha ligando estes centros nas faces adjacentes, ou seja, lado a lado. Você chegará ao Cubo...
Na segunda figura temos um Cubo. Faça o mesmo ... trace uma linha ligando os centros de cada face adjacente. Você chegará à Pirâmide.

Dirão alguns: simples geometria. E geometria bem bonita! A diferença desta para a Geometria Sagrada é ir além da parte intelectual: é perceber.

Esta é a representação do homem que foi além. Não é mais um Cubo opaco, e sim um Cubo transparente, mostrando seu interior Divino, a Pirâmide. Usa a base quadrada apenas para dar sustentação e revelação, manifestação no mundo tridimensional. A essência é Divina.

A Pirâmide, em termos de símbolo, quer dizer:Seres de Deus.

Falamos que o Cubo é a representação do homem material. Reduzindo uma dimensão, para entendermos melhor, um cubo aberto, tem duas representações possíveis.


Somos levados à Cruz. Símbolo do homem que crucificou seu Eu Divino no mundo tridimensional. O único pensamento é para a Matéria. Símbolo do homem que ainda é Cubo Opaco.
Pode representar, também, o Tempo e o Espaço, os dois grandes pilares de sustentação do tridimensional. Nossa prisão por enquanto; poucos escapam, por momentos...

No Cubo Opaco o Divino não consegue se manifestar: o homem está preso às leis da matéria e morre nessa cruz. Mas a morte não é definitiva; em algum momento o Eu Divino se erguerá sobre a Matéria.

Talvez esta tenha sido uma das mensagens que um Ser Iluminado tentou nos passar há 2.000 anos atrás. Nós é que estamos presos na Cruz. Mas Ele mostrou que é possível morrer para a Cruz e se libertar dos grilhões do espaço-tempo retornando à Casa do Pai.

Afinal somos Seres de Deus e Somos Todos Um.

Texto revisado por Cris

por Tania Orlando - taniaorlan@yahoo.com.br   
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